O Messias do jazz, da internet a Paraty
Ricardo Calil
Ele foi chamado pelo jornal ''The Guardian'' de ''o novo Messias do jazz''. Seu primeiro disco vai ser produzido pelo lendário Quincy Jones (o mesmo de ''Thriller'', de Michael Jackson). Ele abriu shows de Chick Corea e Herbie Hancock no Montreux Jazz Festival – e os dois gênios da música se tornaram fãs. Ele tem 21 anos.
O Videota teve o privilégio de assistir ao show do prodígio inglês Jacob Collier ontem em Paraty no excelente festival MIMO(que passa ainda por Rio, de 13 a 15 de novembro, e Olinda, de 20 a 22 de novembro).
O moleque é uma mistura assombrosa de virtuosismo old school (sozinho no palco, ele cria intrincadas harmonias vocais e toca todos os instrumentos, piano acústico, teclados, contrabaixo, bateria etc etc.) e de máximo aproveitamento das novas tecnologias (ele vai mixando diferentes frases musicais de sua voz e de vários instrumento ao longo do show, em uma parafernália eletrônica desenvolvida em conjunto com o Massachusetts Institute of Technology, como conta a reportagem da ''Folha de S. Paulo'' sobre a abertura do MIMO).
Collier é mais um desses fenômenos que bombaram na internet antes de ganhar o mundo real. Primeiro com o vídeo de ''Don't You Worry About a Thing'', de Stevie Wonder. Depois, com músicas de George Gershwin (''Fascinating Rhythm''), Burt Bacharach (''Close To You'') e, mais recentemente, de Michael Jackson (''P.Y.T.'') – que talvez prenuncie como vai ser a parceria com Quincy Jones (ao Vírgula, o produtor disse que nunca conheceu um jovem músico com a capacidade de Collier)).
Os vídeos permitem entender melhor o processo e o brilhantismo de Collier. Mas não preparam o público para o show do moleque, quando ele faz tudo isso ao vivo, no calor da hora, improvisando em dezenas de instrumentos.